sexta-feira, 29 de outubro de 2010

CALENDÁRIO DO VESTIBULAR 2011

Os alunos que prestarão os Processos Seletivos das universidades devem estar atentos ao calendário de provas. Confira abaixo as datas e programe-se.

* UNEM - Exame Nacional do Ensino Médio: dias 06 e 07 de novembro;
* UEPA - Universidade do Estado do Pará
   - PRISE (1ª, 2ª e 3ª etapas): 28 de novembro;
   - PROSEL: 1ª etapa: 28 de novembro; 2ª etapa: 29 de novembro; 3ª etapa (para os classificados): 12 de dezembro.
* UFPA - Universidade Federal do Pará
   - 1ª etapa: 06 e 07 de novembro, com as provas do ENEM 2010.
   - 2ª etapa: 19 de dezembro.
* UFRA - Universidade Federal Rural da Amazônia
   - 1ª etapa: 06 e 07 de novembro, com as provas do ENEM 2010.
   - 2ª etapa: 16 de janeiro de 2011. 
"O estudante do futuro não perde tempo porque, estudando, não sente o tempo passar."
(Gabriel Perrisè)
NÃO PERCA TEMPO! ESTUDE! ESTUDAR É UM
INVESTIMENTO QUE TEM RETORNO CERTO!


TENHA

2 comentários:

  1. APRESENTAÇÃO
    O processo de ocupação da Amazônia vem provocando o povoamento de áreas anteriormente subpovoadas e isoladas, criando novos fluxos e ampliando a produção econômica, muitas vezes com o sacrifício das populações locais – índios e posseiros – e com a destruição da floresta. A expansão do povoamento é altamente predatória, podendo-se admitir que a destruição da floresta pelas madeireiras, seguida da cultura da soja e da pecuária extensiva, provocaram fortes impactos sobre a população local e os imigrantes que chegam a área e modificam as paisagens e as condições ecológicas.
    ANDRADE, Manuel Correia de. O Espaço da Globalização. Em: Brasil: globalização e regionalização. Conferência proferida na sessão de abertura do Curso de Mestrado em Geografia da Universidade Federal Fluminense, em março de 2001.

    A Conquista e incorporação da porção setentrional do Brasil que inicia-se no Governo de Getúlio Vargas, prosseguindo nas décadas seguintes quando a região tornou-se uma áreas de Planejamento do Governo Federal, que devido a falta de habilidade e até certo ponto ao desconhecimento sobre a natureza da região as política adotadas, trouxeram conflitos antes inexistentes, pois esse novo tipo de ocupação vai redirecionar o processo de ocupação tradicional que tinha os rios e igarapés como eixo de circulação, e o extrativismo e agricultura de excedente como atividades econômicas, para os eixos de circulação viária nos quais eram implantados núcleos urbanos e projetos florestais, agropecuários e minerais, o objetivo principal é romper o isolamento e tirar a região do domínio extrativista, o governo acreditava que isso só seria possível através da integração rodoviária empreendida primeiramente pelo Governo de Juscelino com a Construção da Belém-Brasília.
    O Processo de ocupação Amazônico via migração foi um processo perverso, pois não levou em consideração nem o homem que aqui habitava nem a fragilidade da floresta, na verdade os interesses econômicos são colocados a frente dos interesses sociais, aliado a isso, temos o desconhecimento, tanto do governo quanto dos migrantes a cerca da real vocação econômica da região, de suas peculiaridades e de seu potencial biológico, na verdade as políticas governamentais não viabilizaram a sobrevivência da natureza nem de seus habitantes, pois promoveram um loteamento das terras amazônicas baseados em uma visão totalmente equivocada de que ninguém habitava as terras amazônicas ou seja eram as “Terras sem Homens” e os nordestinos incentivados a virem a Amazônia eram os “Homens sem Terra”, situação bastante conveniente para o governo e que atendia plenamente ao plano governamental de povoar a Amazônia, o que se esconde na verdade por trás de tudo isso é o interesse de conter os conflitos fundiários no nordeste e defender os interesses dos grandes latifundiários, lançando o homem (migrante), principalmente nordestinos a sua própria sorte em uma região até então para ele desconhecida com o discurso de garantir a soberania nacional.
    Quanto ao homem, amazônico, a ele não cabia o direito de opinar sobre o seu destino, pois o mesmo não era nem percebido pelo governo, que sequer o incluiu nas políticas governamentais como os planos dirigidos de colonização, excluindo-o inclusive do acesso a terra, visto que não o reconhecia dentro do contexto amazônico, de fato a população era bastante rarefeita mais existia, fato que não podia de jeito nenhum ser ignorado pelo governo brasileiro, este fato traz como conseqüência o aumento da violência pela posse da terra, resultante do confronto entre grupos empresariais, com maior poder econômico e político e posseiros.

    DINAIR LEAL DA COSTA
    GRADUADA EM GEOGRAFIA PELA UFPA
    PÓS-GRADUADA EM METODOS E TECNICAS DE ELABORAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS PELA PUC-MG
    PROFESSORA DA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA PARA O ENSINO MÉDIO.

    ResponderExcluir
  2. As Migrações no Pará (02)

    Quando Andrade fala que a destruição da Floresta provocou fortes impactos sobre a população local e os migrantes que chegaram, ele nos remete a uma reflexão de que o migrante também foi uma vítima, atraída até a região com promessas de emprego e melhores condições de vida e de acesso a terra no primeiro momento enfrentaram dificuldade de toda ordem sem apoio oficial acabaram vendendo suas terras para grandes empresários em seguida seguiram rumo a periferia dos centros urbanos ou tornaram-se mão-de-obra barata explorada por madeireiros, grandes fazendeiros e até empresários do centro-sul que foram até certo ponto favorecidos pelos projetos governamentais, tanto no acesso as terras devolutas como nos projetos de incentivos financeiros liberados pelo governo para atrair investidores para a região e dessa forma consolidar o processo de desenvolvimento e integração regional..

    Com relação a dinâmica do desmatamento que se consolidou na região amazônica a partir do aumento desses fluxos migratórios, Ozório de Almeida e Campari (1995) apresentam uma outra visão que diz que os pequenos produtores que desmataram a floresta amazônica durante as décadas de setenta e oitenta eram principalmente migrantes de fora da bacia do Amazonas. Porém a maior parte dos pequenos produtores que desmatam a partir dos anos noventa, são oriundos da própria região. E continua dizendo que: é improvável que a Amazônia receba novos fluxos migratórios de fora da região. No entanto as migrações internas são uma grande ameaça, pois fazem com que o desmatamento avance em áreas ainda não desmatadas e continuem um ciclo vicioso que não busca a sustentabilidade e que vê no extrativismo predatório a única forma de obtenção de renda da floresta. Essa realidade ainda e mais preocupante se analisarmos os impactos sociais dessa nova migração interregional, que desloca milhares de pessoas que invadem as pequenas cidades da região a cada nova descoberta ou expectativa de prosperidade econômica, com a idéia ilusória de altos ganhos financeiros e enriquecimento rápido, essa instabilidade compromete a prestação de serviços essenciais a população, como saúde, educação e segurança pública, somando-se a isso, temos ainda o aumento do custo de vida dessas áreas pela especulação financeira de grupos que monopolizam o comércio local, o que contribui para o aumento das desigualdades sociais gerando um processo de exclusão que faz crescer cada vez mais os índices de violência nessas cidades, que não estavam preparadas para receber um contingente populacional tão grande, some-se a isso os problemas estruturais já existentes nas cidades da região e assim temos um quadro cada vez mais caótico.
    Concluindo podemos afirmar que todo o processo demandado pelo incentivo desordenado das migrações rumo a fronteira amazônica provocaram mudanças irreversíveis na paisagem da região, do ponto de vista social se fizeram a custa do sacrifício tanto dos migrantes quanto da população local, que ainda hoje, encontra-se excluída do processo de desenvolvimento regional que apenas privilegiou os grandes empresários, grandes madeireiros, grandes mineradoras e grandes fazendeiros. Como conseqüência de toda essa política dissociada dos reais interesses tanto da população local como dos migrantes, e que não considerou os aspectos locais temos o aumento da violência no campo associada ao aumento do desmatamento que foi forjado pela exclusão do acesso a terra aos pequenos produtores.



    DINAIR LEAL DA COSTA
    GRADUADA EM GEOGRAFIA PELA UFPA
    PÓS-GRADUADA EM METODOS E TECNICAS DE ELABORAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS PELA PUC-MG
    PROFESSORA DA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA PARA O ENSINO MÉDIO

    ResponderExcluir